Indicador para mensurar a eficiência do uso da terra
O recurso terra representa, em média, mais de 55% do capital empatado na atividade leiteira. Essa elevada representatividade da terra frente ao capital total empatado na atividade leiteira, potencializada pela crescente valorização imobiliária, reforça a necessidade de se produzir alimentos volumosos com eficiência e qualidade.
O indicador mais utilizado para mensurar a eficiência do uso da terra é a “Produção por área para a pecuária (litros/hectare/ano)”. Trata-se da razão entre a produção anual de leite e o número médio de hectares utilizados para a atividade durante o ano. Este indicador está diretamente relacionado com o nível de intensificação da propriedade, onde, para melhorá-lo, devemos buscar elevar a produtividade das forrageiras e aumentar a capacidade de suporte em animais por hectare, além de melhores produtividades por vaca em lactação com equilíbrio de custos.
Para facilitar a compreensão da importância deste indicador, nos gráficos a seguir estratificamos 522 fazendas participantes da Plataforma Educampo, no período de fevereiro de 2021 a janeiro de 2022, em função da produtividade da terra (litros/hectare/ano).
Gráfico 1 – Capacidade de suporte em vacas em lactação por hectare dos diferentes estratos de produção de leite por área para pecuária.
Fonte: Sebrae Minas | Educampo. Dados de 552 fazendas de fevereiro/2021 a janeiro/2022, corrigidos pelo IGP-DI de janeiro/2022.
Veja que o aumento da produção de leite por hectare está relacionada com o aumento da capacidade de alojar vacas em lactação por hectare. Para melhorar o indicador vacas em lactação por hectare, deve-se investir em produzir mais forragem por hectare, mas este investimento deve ser planejado, de modo que não extrapole os limites para gasto com alimentos volumosos, ou seja, manter os custos equilibrados.
Além de avaliar indicadores técnicos e de custo de produção, devemos avaliar as margens geradas, pois o foco deve ser trabalhar no ótimo econômico da atividade.
Gráfico 2 – Margem líquida por hectare da atividade leiteira dos diferentes estratos de produção de leite por área para pecuária.
Fonte: Sebrae Minas | Educampo. Dados de 552 fazendas de fevereiro/2021 a janeiro/2022, corrigidos pelo IGP-DI de janeiro/2022.
As fazendas com produção por hectare menor do que 5.000 litros de leite por hectare por ano, de forma geral, trabalham com sistemas mais extensivos, com as pastagens como base alimentar para o rebanho. Isto justifica um menor custo com alimentos volumosos por litro de leite, mas consequentemente uma baixa margem líquida por hectare. Em contrapartida, fazendas que produzem mais de 10.000 litros de leite por hectare por ano, em geral, operam sua atividade com sistemas intensivos de produção. Assim, mesmo gastando mais em volumosos nobres para a alimentação das vacas em lactação, operam com margem líquida elevada por hectare por ano.
Os gráficos apresentados acima demonstram que um dos caminhos para aumentar a margem líquida da atividade leiteira é elevar o nível de eficiência no uso da terra. Em regiões de elevada valorização imobiliária da terra, e que sofrem uma grande concorrência com outras atividades, como a cafeicultura, produção de cereais ou cana-de-açúcar, a intensificação do sistema de produção é essencial para viabilizar a atividade leiteira, no que se refere à geração de margem por hectare.
Dessa forma, é fundamental cada produtor entender qual o nível de intensificação para a sua fazenda. Para isso, discuta com o seu consultor especialista Educampo estratégias para ampliar a produtividade das forrageiras e melhorar os índices técnicos e econômicos da sua empresa rural.