Para responder essa pergunta, analisamos os dados de 446 propriedades que participam do Educampo. Inicialmente, como apresentado no gráfico 1, estratificamos esses dados em função do indicador “Gasto com volumoso na atividade sobre a renda bruta da atividade (%)” em quatro grupos (até 7%, 7 a 10%, 10 a 13% e acima de 13%) e obtivemos o gasto médio com volumoso por litro de leite de cada estrato.

Gráfico 1 – Gasto com volumoso do leite (R$/litro) em função do indicador “Gasto com volumoso na atividade / Renda bruta da atividade (%)”.

Fonte: Sebrae Minas | Educampo. Dados de 446 fazendas de set/21 a ago/22, corrigidos pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de set/2022. 

Para as propriedades avaliadas, podemos observar que à medida que se aumenta o comprometimento da renda bruta da atividade com os gastos com alimentos volumosos, o custo unitário também aumenta. Para complementar a discussão, avaliamos a margem líquida e a produtividade de cada estrato, como demonstrado no gráfico 2.

Gráfico 2 – Margem líquida da atividade por vaca em lactação (R$/animal/ano) e produção por vaca em lactação (litros/animal/dia) em função do indicador “Gasto com volumoso na atividade / Renda bruta da atividade (%)”.

Fonte: Sebrae Minas | Educampo. Dados de 446 fazendas de set/21 a ago/22, corrigidos pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de set/2022. 

Esse gráfico nos mostra que precisamos buscar o equilíbrio entre produtividade e gasto com volumoso para obtermos melhores margens. Observe que as fazendas que comprometeram até 7% da renda bruta com volumoso não obtiveram a melhor margem para as propriedades avaliadas. Essas propriedades apresentaram uma menor produtividade, impactando a margem líquida. Aquelas propriedades que apresentaram maiores gastos com volumoso (maior que 10%) precisariam obter um maior incremento na produção por vaca para melhorar a margem. O estrato que comprometeu de 7 a 10% da renda bruta com volumoso obteve maior produtividade e maior margem líquida. Dessa forma, para definirmos a melhor estratégia alimentar para o rebanho é preciso realizar um diagnóstico técnico  e econômico da propriedade e equilibrar genética, manejo, estrutura de rebanho e alimentação.