Falamos de indicadores e custos de produção, mas também é fundamental monitorarmos o fluxo de caixa da atividade, visto que reflete o que de fato “entrou e saiu” do seu bolso, ou seja, as suas movimentações financeiras no período com a atividade leiteira. Se temos referências para os indicadores e custos de produção, porque não falarmos de referências relacionadas ao fluxo de caixa? É sobre isso que falaremos nesse conteúdo!

Nos gráficos abaixo foi avaliado o fluxo de caixa das fazendas participantes da Plataforma Educampo nos últimos 12 meses, estratificadas conforme a taxa de remuneração do capital com terra (% ao ano) em 25% superiores e 25% inferiores.

 

Gráfico 1 – Representatividade do saldo mensal em relação ao faturamento mensal (%) das fazendas superiores em taxa de remuneração do capital com terra.

Fonte: Sebrae Minas. 434 fazendas atendidas pela Plataforma Educampo. Dados de fevereiro/21 a janeiro/22, corrigidos pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de fevereiro/22.

 

Gráfico 2 – Representatividade do saldo mensal em relação ao faturamento mensal (%) das fazendas inferiores em taxa de remuneração do capital com terra.

Fonte: Sebrae Minas. 434 fazendas atendidas pela Plataforma Educampo. Dados de fevereiro/21 a janeiro/22, corrigidos pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de fevereiro/22.

 

Veja que para as fazendas inferiores, o fluxo de caixa é mais apertado, com saldo negativo em diversos meses. Já nas fazendas superiores, a situação é diferente. Em todos os meses as fazendas operaram com saldo positivo no fluxo de caixa. Essa diferença de cenários reflete fortemente na forma como as decisões são tomadas e como o negócio vai suportar os investimentos necessários.

 

Na tabela 1 são apresentadas as referências para equilibrar o fluxo de caixa e balizar os investimentos realizados.

 

Tabela 1 – Percentuais das despesas operacionais, investimentos e empréstimos em relação à receita total anual.

Fonte: Sebrae Minas. 434 fazendas atendidas pela Plataforma Educampo. Dados de fevereiro/21 a janeiro/22, corrigidos pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de fevereiro/22.

 

As fazendas superiores comprometem um percentual menor da receita anual com as despesas operacionais, muito em função da melhor eficiência no uso dos fatores, principalmente concentrados e volumosos. Por possuírem um custo mais equilibrado e uma melhor gestão financeira, os investimentos realizados não comprometem o fluxo de caixa dessas fazendas.

Atenção para não confundir esses números com resultados do custo de produção, visto que o custo de produção corresponde ao que é usado na atividade, estando pago ou não. Já o fluxo de caixa corresponde ao que foi pago na atividade, tendo sido usado ou não. Para ficar mais claro, se, por exemplo, houve o pagamento de insumos em 2021, mas que foram consumidos em 2022, será contabilizado no fluxo de caixa em 2021 e no custo de produção em 2022. Da mesma forma, se houve consumo de algum insumo em 2021, mas que é pago em 2022, será computado no fluxo de caixa em 2022 e no custo de produção em 2021.

Amigo(a) produtor(a), discuta os resultados do seu fluxo de caixa com o seu(sua) consultor(a) especialista Educampo, comparando com os resultados médios apresentados neste conteúdo, e busque estratégias que favoreçam a saúde financeira e econômica da sua atividade!