Em busca da máxima eficiência

 

Os resultados econômicos da atividade cafeeira no biênio 2017/2019 das fazendas participantes da plataforma Educampo, apresentaram como elementos de grande impacto no custo total, fertilizantes, mão de obra fixa e contratada, sendo estes representados por 16%, 13% e 12%, respectivamente. Com uma menor influência nos resultados econômicos, mas extremamente importante, o custo de oportunidade da mão de obra familiar, representou 2% do custo total.

Notada a grande relevância destas despesas no custo de produção, realizamos a estratificação dos custos com mão de obra por região, referentes aos dados do Biênio 17/19, corrigidos pelo IGP-DI de outubro/2020, como segue apresentado a seguir.

 

Gráfico 1: Mão de obra fixa (R$/hectare), Mão de obra contratada (R$/hectare), Custo de Oportunidade da mão de obra familiar (R$/Hectare)

 

 

Fonte: Educampo/Sebrae, MG. Resultados obtidos no biênio 2017/2019, com amostra de 268 fazendas.

 

Observamos que o custo de oportunidade da mão de obra familiar apresenta um maior gasto por hectare na região das Matas de Minas, influenciado pela menor média de área produtiva que as fazendas dessa região apresentam em relação as demais. Assim, a diluição destes custos por área tende a ser menor. O custo de oportunidade da mão de obra familiar deve ser calculado, devido ao fato de que na ausência da atuação dos membros da família, as atividades destinadas a eles seriam delegadas a um funcionário contratado. Desta forma, os custos são contabilizados considerando quanto esses membros da família receberiam se realizassem a mesma atividade em outra propriedade ou quanto a propriedade pagaria para um funcionário contratado exercer a mesma função na fazenda.

As propriedades das Matas e Sul de Minas apresentam gastos mais significativos com mão de obra por hectare, o que pode ser explicado pela maior utilização de atividades manuais, principalmente no momento da colheita nestas regiões. Já para o Cerrado, essas despesas aparecem menores, dado que majoritariamente as atividades são realizadas de forma mecanizada.

Além disso, as propriedades referência em rentabilidade apresentadas no benchmark (Tabela 1), comprometem 48,5% dos custos diretos com mão de obra nas regiões das Matas e Sul de Minas e 23% no Cerrado. Outro ponto a destacar é a grande influência exercida pelos gastos com mão de obra na rentabilidade do negócio.

 

Tabela 1: Gasto de mão de obra da atividade/COE (%), Gasto de mão de obra da atividade/CT (%) e Gasto de mão de obra da atividade/Renda Bruta (%)

 

 

Fonte: Educampo/Sebrae, MG. Benchmark 2014/2019, com amostra de 37 fazendas.

 

Em razão a grande relevância da mão de obra no custo de produção da fazenda, é necessário buscar de maneira sustentável, a eficiência em cada atividade. É possível melhorar o desempenho dos custos com a mão de obra ao realizar o planejamento operacional para a safra de acordo com a necessidade em cada operação a ser realizada. Além disso, a eficiência dos funcionários pode ser desenvolvida mantendo as expectativas alinhadas, promovendo capacitação e treinamento, desenvolvendo a motivação e realizando a inclusão dos colaboradores como parte do sucesso da fazenda.

Avaliar e planejar a necessidade de mão de obra em cada operação, estimando o tempo e os recursos necessários, definindo os responsáveis por cada processo, monitorando e avaliando se a execução está dentro do cronograma estabelecido são passos indispensáveis para alcançar a eficiência na utilização da mão de obra.

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