Condução Estratégica das Lavouras

 

 

 

 

O consumidor que toma uma xícara de café não faz ideia do caminho que essa qualidade degustada tem que percorrer, do campo até o consumidor. O que vai dentro das embalagens carrega um conjunto de decisões estratégicas que, técnica e financeiramente, desafiam os produtores.

E o momento de tomar decisões na cafeicultura se aproxima:  a safra 2020/2021 se inicia no próximo mês e isso significa que o plano estratégico para a condução das lavouras, do próximo ano, já deve ser construído.

O maior desafio que se desenha é identificar quais lavouras serão mantidas em produção, quais serão reformadas, recepadas ou esqueletadas. O manejo de esqueletamento, ou seja, da poda lateral seletiva dos cafeeiros é uma dessas ações estratégicas. Identificar as despesas com a execução e os resultados obtidos pelas lavouras pode ser definitivo para o sucesso do esqueletamento.

No Educampo, despesas com as operações de poda, como a limpeza eventual de resíduos oriundos dessa atividade, e com a desbrota são inseridas na atividade condução da lavoura. No gráfico abaixo, apresentamos o custo por saca no biênio 2017/2019, para os talhões que foram esqueletados em 2017.  

 

 

 

Gráfico 1: Custo por saca com a condução da lavoura (R$/sc) x produtividade (sc/ha), por região

 

 

Fonte: Educampo-Sebrae/MG. Resultados do Biênio 2017/2019. Amostra de 244 talhões. Média de talhões esqueletados na safra 2017/2018.

 

 

 

            O custo por saca, no biênio, foi menor para a região do Cerrado, principalmente por realizar, na maioria das áreas, intervenções de forma mecanizada e com bom rendimento operacional. Outro fator de destaque é a desbrota pós-esqueletamento nesta região, que foi pouco empregada, demandando, assim, menor despesa com mão de obra. Em contrapartida, no Sul e nas Matas de Minas, o desembolso foi significativamente maior, justificado, entre outros fatores, pela realização desta operação de forma manual, e por serem realizadas de uma a duas desbrotas, posterior à intervenção, incrementando despesa com a mão de obra.

 

 

 

          Na tabela 1, a seguir, são apresentados os principais elementos de despesa, em R$ por hectare (talhões esqueletados em 2017, com primeira produção na safra 2018/2019):

 

 

 

O que podemos aprender com esses números?  As práticas de podas empregadas nas lavouras e a intervenção pura e simples, sem observância dos critérios técnicos, pode não potencializar os resultados esperados. Sugestão? Antes de proceder a renovação, pondere sobre os seguintes fatores:

 

  • Histórico produtivo, vigor e sanidade da lavoura;
  • Responsividade vegetativa das variedades à poda;
  • Número de plantas por hectare, pois, as podas não corrigem estandes falhados;
  • Espaçamento e porte das variedades, para determinar altura de corte do ponteiro;
  • Características de clima e solo que influenciam diretamente no crescimento vegetativo;
  • Custos da operação e os resultados econômicos que podem ser obtidos com este tipo de manejo.

            Com esses fatores analisados, a poda resultará em mais qualidade da produção e dinheiro no bolso do produtor. Assim, cada xícara de café tomada pelo consumidor será resultado do esforço qualificado na lavoura.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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