Nessa safra, ainda que com os bons preços do café no mercado, um insumo fundamental para o desenvolvimento do cafeeiro apresentou elevação nos preços em comparação a anos anteriores: trata-se dos fertilizantes minerais.

Nesse contexto, visando obter um custo de produção mais equilibrado, uma alternativa viável tanto economicamente como tecnicamente é a utilização de fontes alternativas de nutrientes como os fertilizantes de base orgânica em substituição por parte da utilização de fertilizantes minerais na adubação via solo. Segundo várias pesquisas existe a possibilidade de substituição parcial das adubações químicas por orgânicas, desde que se tenha o equilíbrio necessário dos nutrientes para o cafeeiro, configurando assim como prática importante para se lograr sucesso no manejo nutricional.

No gráfico 1 a seguir podemos verificar que, na média, a produtividade das fazendas que utilizam alguma forma de fertilizante de base orgânica em complementação com a adubação via solo é maior para as regiões das Matas e Cerrado, ao passo que para o Sul de Minas, a diferença produtiva não foi percebida.

 

Gráfico 1- Comparativo de produtividade (sc/ha) entre fazendas que utilizaram fertilizantes orgânicos com aquelas que não utilizaram

 

 

 

Fonte: Educampo/Sebrae Minas. Amostra de 360 fazendas do Educampo no estado de Minas Gerais, referente ao Biênio 18/20. Dados econômicos corrigidos pelo IGP-DI de junho de 2021.

Observação: as fazendas que utilizaram os fertilizantes organominerais comerciais sem complementação de compostos, não foram consideradas dentro do grupo das fazendas que utilizaram bases orgânicas.

 

Na Tabela 1 podemos observar que os gastos com adubação via solo por sacas produzidas, com ou sem o uso de fertilizantes de base orgânica, são parecidos, indicando a tendência de maior incremento de produção para quem utiliza fertilizantes de base orgânica.

Tabela 1- Gastos (R$/sc) das fazendas que utilizam ou não fertilizantes de base orgânica

 

Além da vantagem econômica, os fertilizantes orgânicos propiciam uma melhora na aeração, drenagem e aumento na capacidade na armazenagem de água no solo, melhoria do sistema radicular, elevação na CTC e no pH, além do aumento do número de microrganismos benéficos ao solo e ao café, esses dois últimos fatores são apontoados por 70% dos consultores Educampo como objetivo da adubação orgânica.

Mesmo com todos esses benefícios eles devem, sempre que possível, ser analisados antes da aplicação, para sabermos sua composição, relação carbono/nitrogênio e teor de umidade, visto que o conteúdo de nutrientes nos fertilizantes de base orgânica é muito baixo e variável quando comparado com os fertilizantes minerais.

Outro fator a ser analisado com critério é a viabilidade econômica da aplicação. Devemos sempre observar as fontes mais disponíveis na região, o preço do frete e as formas de aplicação, pois o volume de fertilizante orgânico, quando utilizado, é significativamente maior em relação aos fertilizantes minerais. Avalie como anda o retorno econômico das suas adubações e planeje qual a melhor estratégia no manejo nutricional da safra que se inicia.