Como aumentar a eficiência da cafeicultura equilibrando o custo com adubação via solo

O planejamento da safra, pelo produtor de café, é baseado no equilíbrio entre produtividade, custos e preço visando a eficiência econômica. Para alcançar esses importantes objetivos é preciso ter informações gerenciais do negócio para que sejam tomadas as melhores decisões.

Nesse contexto, o manejo de adubação via solo tem extrema importância, porque tem influência direta no crescimento e produtividade do cafeeiro, por fornecer nutrientes adequados à planta e, principalmente, por representar alto valor na composição do custo de produção do negócio.

O manejo de adubação das lavouras deve seguir critérios que busquem maximizar a eficiência produtiva e econômica, preconizando a aplicação da fonte, dose, época e local certos. Isso quer dizer que o adubo deve conter os nutrientes exigidos, em quantidades adequadas que atendam às necessidades do cafeeiro. A dosagem também deve ser determinada com segurança a partir das necessidades da planta, em virtude dos custos dos fertilizantes e benefícios esperados na produção.

Em relação aos custos, é possível reduzi-los por meio da utilização adequada dos fertilizantes, pela combinação com outras formas de adubação, como a orgânica, e por práticas de manejo que proporcionem maior eficiência de aproveitamento.

 

Mas como gerenciar a adubação do café?

Quando se fala em gestão do negócio rural, o fundamental é buscar sempre a eficiência produtiva e econômica. Sabe-se ainda que o ótimo produtivo não necessariamente é o máximo econômico, mas certamente a produtividade é imprescindível para diluição de custos. Se fosse possível apontar manejos essenciais para obter produtividades satisfatórias, sem sombra de dúvidas a adubação das lavouras estaria elencada como uma das principais determinantes para a produção de café, ainda que outros manejos também influenciem a produtividade. Essa afirmativa se respalda no fato de que, dentre as atividades que compõem o Custo Operacional Efetivo (COE) das fazendas participantes do Educampo Café em Minas Gerais, a atividade de Adubação via Solo (AVS) é a que representa o maior valor.

Existem variações no comportamento do custo com esta atividade, porém, não há relação entre custo com adubação via solo por hectare e produtividade. Ou seja, quem gasta mais por hectare nem sempre é quem possui maior produtividade. Além disso, fazendas com melhores resultados econômicos (superiores) não necessariamente trabalham com um custo menor por hectare, no entanto, devido a maiores produtividades, possuem menores custos por saca, como exemplificado na tabela abaixo:

Fonte: Educampo/Sebrae Minas. Amostra de 266 fazendas do Educampo no estado de Minas Gerais, referente ao Biênio 16/18. Dados econômicos corrigidos pelo IGP-DI de fevereiro de 2019. Amostra de fazendas estratificadas por Margem Líquida por hectare.

Ao verificarmos a composição dos custos com Adubação Via Solo, percebemos que os Fertilizantes Químicos são os elementos de despesa que mais impactam, representando mais de 80% dos custos da atividade, como demonstrado no gráfico a seguir.

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Por essa razão, devemos adotar estratégias que possibilitem otimizar a utilização dos fertilizantes químicos, que representa cerca de 20% do Custo Operacional Efetivo. Para isso, o gestor deve adotar práticas e manejos que podem ampliar a eficiência produtiva e econômica da adubação via solo. Entre elas, estão:

  • Planejar e comprar estrategicamente os insumos utilizados na safra, buscando sempre melhores condições e preços;
  • Correção química do solo, potencializando a disponibilidade de nutrientes para as plantas;
  • Adubação personalizada e equilibrada, com base nos resultados de análise de solo e utilizando fontes e tecnologias a favor da produção e das condições da propriedade, reduzindo custos, maximizando a produção e evitando doenças relacionadas à desequilíbrios nutricionais;
  • Aplicar os fertilizantes de forma correta, e no momento ideal, evitando perdas e melhorando o aproveitamento do insumo;
  • Utilização da palha de café e demais compostos orgânicos que incrementam a matéria orgânica do solo e configuram produtos de baixo custo potencializando a nutrição equilibrada;
  • Práticas conservacionistas, como por exemplo, a esparramação do cisco no pós-colheita.

Viu como a adubação via solo contribui para o sucesso da cafeicultura? Cabe a você, gestor, tomar decisões mais assertivas, tornando a atividade mais competitiva e aumentando cada vez mais a eficiência do negócio.

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