Com os pés no chão

 

 

O café é uma cultura perene e, por ter essa característica, a cafeicultura produz lavouras com grande longevidade. Engana-se quem pensa, no entanto, que o plantio não é uma operação frequente. Seja para substituir áreas de lavouras velhas ou para ampliar a área produtiva, a formação de lavouras impacta, significativamente, o fluxo de caixa e os custos indiretos do empreendimento.

É por esse motivo que o produtor deve ter os pés, literalmente, no chão, ao tomar as decisões de investimento. A atenção especial requerida está relacionada ao alto valor demandado no momento da operação e precisa ser bem executado para que a lavoura expresse todo seu potencial produtivo nos anos seguintes.

Prova disso são os dados relativos ao valor investido na formação de lavouras, das três regiões atendidas pelo Educampo.

 

Gráfico 1: Investimento em formação de lavouras por área (R$/hectare), estratificado por região

 

 

 

Os valores apresentados estão estratificados entre o ano 0, o ano 1 e o valor acumulado nesse período. Estas informações são de lavouras plantadas entre outubro de 2017 e março de 2018. O ano 0 se refere às despesas da safra 2017/2018, compreendendo atividades como a limpeza da área, o preparo do solo, o plantio e os tratos culturais nos primeiros meses, com encerramento em agosto de 2018. Já o ano 1 se refere às despesas após a implantação, ou seja, os tratos culturais da lavoura em formação na safra 2018/2019.

Os investimentos são, portanto, consideravelmente elevados, variando entre R$17.313,00 a R$19.282,00, por hectare. Para entender melhor o gráfico 2, apresentamos os principais elementos de despesa, que compõem o investimento total em cada região.

 

 

Gráfico 2: Participação dos principais elementos de despesa no investimento em formação de lavouras

 

 

 

A região das Matas de Minas foi a que mais investiu em mão de obra, elemento de maior impacto nas três regiões. Esse gasto justificou o maior investimento total nessa região. Outros elementos bem relevantes foram: fertilizante mineral, mudas, manutenção e aluguel de máquinas que, em média, justificaram 67% do investimento total nas três regiões. A região do Cerrado investiu mais em insumos, no plantio, principalmente com gastos em fertilizantes, em inseticidas e em composto orgânico. O Sul de Minas, por sua vez, diferiu da região das Matas de Minas, por realizar mais operações de forma mecanizada, demandando menor gasto de mão de obra, quando comparado com a primeira.

Como vimos, investimentos em novos plantios podem impactar significativamente nos resultados de uma propriedade. Com um planejamento bem feito, se reduz a possibilidade de instabilidade financeira no negócio. Lembre-se de que serão, no mínimo, duas safras sem retorno produtivo e com considerável demanda de recursos. Se suas lavouras em produção mantiverem um retorno econômico razoável, por exemplo, com uma margem bruta de R$4.000,00/hectare/ano, serão necessários, em média, 2,3 hectares em produção, para pagar a conta do investimento.

Para alcançar os melhores resultados, faça o plano de renovação das lavouras para os próximos anos e projete o fluxo de caixa esperado. Defina as estratégias técnicas para formação de lavouras sadias e vigorosas. Manter os pés no chão significa planejar! E isso é fundamental para passar pelo processo contínuo de ampliação e renovação do parque cafeeiro de forma tranquila e sem maiores imprevistos financeiros.

 

 

 

 

 

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